Maria José Fernandes, presidente do Politécnico do Cávado e do Ave, iniciou, no passado dia 16 de abril, um novo mandato à frente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP).

Em comunicado, o CCISP refere que Maria José Fernandes pretende cimentar o trabalho iniciado há dois anos, quando foi a primeira mulher a assumir o cargo. A tomada de posse, em Barcelos, contou com a presença do Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre.

Na cerimónia, realizada IPCA, a presidente do CCISP voltou a defender a maior autonomia das instituições de ensino superior, realidade que mereceu a concordância de Fernando Alexandre.

A revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) e a ação social encabeçam igualmente as prioridades de Maria José Fernandes, bem como o financiamento do Ensino Superior. “Para lá da necessidade da aplicação prática do decreto aprovado na Assembleia da República, em abril de 2023, que permite a estes estabelecimentos de ensino outorgar o grau de doutor e alterar a designação para Universidades Politécnicas”, lê-se na nota.

A presidente do CCISP, aliás, fez questão de recordar no discurso de tomada de posse que o primeiro doutoramento liderado exclusivamente por um Politécnico, neste caso o Politécnico de Bragança, foi aprovado recentemente pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).

Na sua intervenção, o Ministro da Educação, Ciência e Inovação recorda que teve “a oportunidade de defender, na Assembleia da República, a outorga dos doutoramentos por parte dos politécnicos”. “Portanto, é algo que está perfeitamente alinhado com o que penso. Se não pudessem outorgar doutoramentos, os politécnicos estariam limitados no contacto com o mundo empresarial”, acrescentou Fernando Alexandre, que prometeu contínuo diálogo e espírito de cooperação.

Maria José Fernandes entende, também, como “imperioso” que se reformule o modelo de financiamento. “Precisamos de meios humanos, materiais e financeiros para integrar mais e melhor os estudantes com necessidades específicas e criar todas as condições para que mais estudantes ingressem no ensino superior” .

“Temos de ser mais inclusivos e, para isso, é fundamental dar as melhores condições a quem chega em situação de desvantagem. Precisamos de aprofundar a política de diversificação da rede de centros de I&D, assim como o seu financiamento”, acrescentou.

O CCISP refere, na mesma nota, que continuará a defender junto da nova equipa ministerial a revisão de outros diplomas do Ensino Superior, como a promoção de políticas que permitam reforçar a base social de participação, a criação de um verdadeiro sistema de financiamento da Ação Social, o reforço do financiamento dos apoios às Instituições de Ensino Superior para apoio aos estudantes com necessidades especiais ou a garantia que o reforço para a ação social indireta se estenda para lá de 2024.

Maria José Fernandes é licenciada em Gestão e doutorada em Ciências Empresariais. É, também, presidente do Politécnico do Cávado e do Ave desde 2017. Lidera o CCISP desde abril de 2022, sendo também presidente do Colégio de Especialidade de Contabilidade Pública da Ordem dos Contabilistas Certificados.

O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos é um órgão colegial, com várias competências, de representação conjunta dos estabelecimentos públicos de ensino superior politécnico.

Têm também assento no CCISP as universidades dos Açores, Algarve, Aveiro, Évora e Madeira. Além da representação conjunta dos seus membros, a sua principal competência é a emissão de pareceres e posições sobre assuntos que digam respeito a matérias relacionadas com o ensino superior.

Trata-se, pois, de uma entidade de consulta do ministério com a tutela do ensino superior, sendo, igualmente, chamado a tomar posição junto de outros organismos.

 

Fonte: O Minho