Superstition, a nova incubada da Lab.Pac
O Lab.Pac conta com uma nova incubada, a Superstition. Um projeto que se dedica à prestação de serviços de design e Moda e à criação de produtos de marca própria com foco no Upcycling.
Estivemos à conversa com as mentes criativas por trás deste projeto, a Eliana Pais e a Bárbara Araújo, que nos falaram da origem da Superstition e quais os seus projetos de futuro.
Tiveram alguma(s) pessoa(s) que influenciou(aram) o teu percurso? Alguém que represente uma referência para ti que o motivou, inspirou)?
Eliana Pais:” Um dia faço um altar da Moda (e da Música) e presto as devidas reverências às deusas rainhas ditadoras de tendências Miuccia Prada e Rei Kawakubo, à upcycler-mor Orsola de Castro, e à santa descobridora de designers de moda Suzy Menkes. Mas este meu Olimpo também só fica completo com os seis de Antuérpia. A mentoria acontece desde cedo na minha família Prata, ligada à indústria têxtil, que me deram, e dão, o Know-how de fazer roupa.
Bárbara Araújo: Não conseguiria citar apenas uma figura que me tenha influenciado até aqui. Comecei a minha trajetória na moda, através da dança e do teatro. Já nesta altura muitas referências das artes do espetáculo fervilhavam para mim e, mais tarde, já na moda, a investigação e o foco nos museus e figurino tornaram-se as minha principais apetências. Por me ter formado no Brasil, onde a moda, tem uma expressão e uma produção muito própria e autossuficiente, talvez aqui possa citar, alguns nomes que me ensinaram como a moda e as roupas contam uma história, como a identidade e a qualidade não podem ser descuradas, são eles: Ronaldo Fraga, Jum Nakao e Alexandre Herchcovitch, Osklen, e a vide Bula.
A Superstition é um projeto ligado á área do design e uma marca de vestuário que se pretende afirmar regional e nacionalmente. Como surgiu a ideia de criação da superstition e como chegou ao que é hoje?
A Superstition, surge da inquietação de duas profissionais da área. Uma Designer de moda e uma modelista, com as suas diversidades sociais e profissionais, que após anos de mentorias de coleções, decidiram que era o momento de intervir de forma mais ativa na moda, trazendo para a sua mesa de trabalho criações com estéticas informais e artesanais. Esta é visão que julgamos necessária para quem tem a coragem de lançar um projeto de moda nos dias de hoje.
Só poderia ser assim. Viemos ao longo dos últimos dois anos, a delinear os percursos que gostaríamos que a Superstition traçasse, mas a paixão de transformar resíduos têxteis em peças únicas, que sejam amuletos de sorte, e que se destaque pelo estilo, só se tornou mais palpável, quando vimos o nosso projeto aprovado no empreende XXI, e nos instalámos na Setup-Guimarães, onde estamos agora em pleno desenvolvimento da marca e da empresa.
Ainda estamos no início e a “jogar sal para trás das costas” para afastar qualquer má sorte e a garantir que a empresa e marca tenham um bom começo. Afinal, é sempre bom garantir que tudo esteja do nosso lado, até mesmo a sorte.
Qual a proposta de valor/diferenciação da Superstition?
Acreditamos que é o nosso compromisso desenvolver moda de forma justa e equilibrada com os valores da economia circular focados na transformação do que já foi produzido, sejam têxteis, excedentes ou protótipos. Estando no norte de Portugal, sabemos que temos toda uma estrutura disponível para produzir novos produtos no método convencional, mas a Superstition, pretende ser uma alternativa no método como se pode produzir aos moldes do Upcycling, e repensar diferentes materiais para a estética e funcionalidade das roupas, e utilizar essa valia geográfica para chegar a estes materiais que queremos intervencionar.
Para além desta motivação, a nossa visão de moda, que também vem das nossas formações, Designer e modelista, permite uma estrutura equilibrada nas decisões técnicas da Marca, com muitas adaptações, por que este também é um mercado novo a explorar. A nossa experiência em diferentes frentes do mercado de moda, seja no desenvolvimento de coleções para marcas de autor, figurinos de espetáculo e na materialização de eventos de moda, traz para o nosso projeto este fator ainda pouco explorado.
Diferenciamo-nos também, por estarmos a fazer crescer uma comunidade que produz na contramão do descartável, conectando-os com diferentes atores da industria têxtil e criativas, fortalecendo a premissa de uma moda mais humanizada.
Quais os vossos planos para o futuro?
No futuro, gostaríamos que a Superstition se destacasse como uma importante dinamizadora das práticas de upcycling, que seja capaz de comprovar os benefícios e o impacto que a economia circular poder ter, para resolver os principais problemas da indústria. Desejamos que a marca esteja fortalecida e reconhecida.
Podem contar-nos algumas curiosidades ou factos sobre a Superstition?
O tempero das nossas referências são um misto das nossas nacionalidades e raízes Brasileiras e Portuguesas.
Equipa Set.Up Guimarães
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